Na verdade, o que está em causa é um aspeto pecuniário, ou seja, é mais barato plantar em áreas de mato do que replantar atuais áreas de eucaliptal abandonado ou mal gerido, sendo que a diferença de custos ronda valores por hectare 50% superiores nas replantações”, dizem as associações num comunicado.
O comunicado das associações ambientalistas surge na sequência de uma notícia recente, segundo a qual proprietários florestais e indústrias da celulose pediram o aumento da área de eucalipto e de outras espécies de árvores de crescimento rápido em zonas de mato abandonadas para reduzir o risco de incêndio e desenvolver o setor.
“A área devia ser aumentada e não reduzida”, afirmou à agência Lusa Luís Damas, presidente da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), como também defendeu a Associação da Indústria Papeleira – Celpa.
A Acréscimo e a Zero manifestam no comunicado “total repúdio por esta tentativa de criar pressão sobre o Governo para voltar a desregulamentar as arborizações com eucalipto, quando o que verdadeiramente está em causa é a existência de um passivo ambiental que a indústria não tem qualquer intenção de solucionar mas sim de acentuar”.
As associações explicam que as áreas de eucaliptal mal gerido e abandonado representam cerca de dois terços da área total de eucalipto em Portugal, 560 mil hectares de um total de ocupação oficial de 845 mil hectares.