Viana: Museu mais antigo da cidade reabre no início de fevereiro depois de obras de 320 mil euros

As obras no Museu de Artes Decorativas, o museu mais antigo de Viana do Castelo, sofreram um ligeiro atraso de duas semanas. O espaço vai reabrir no princípio de fevereiro, depois de obras de recuperação de cerca de 320 mil euros. As obras no Museu, que está instalado no atual espaço desde 1923, foram iniciadas em maio de 2014 e vão permitir dar a conhecer parte do espólio de Faianças que por falta de espaço não estava exposto.
A intervenção, financiada em 85% pelo Programa Operacional Regional do Norte (ON2), visou a recuperação estrutural do edifício e a reorganização dos espaços do Museu de Artes Decorativas, assim designado desde 2012.
A vereadora da Cultura da Câmara de Viana do Castelo, Maria José Guerreiro, explicou que com estas obras “não foram criados mais espaços mas foram reorganizados de forma a apresentar mais e melhor as peças que integram o espólio do museu”. A intervenção em fase de conclusão teve como objetivo preservar o edifício enquanto estrutura física e bem arquitetónico de valor patrimonial. As obras sofreram uma pequena derrapagem temporal mas, dentro de dias, o Museu reabre as portas.
O museu foi formalmente criado em 1888, mas só em 1923 é que passou a funcionar no espaço atual, no largo de São Domingos, com a aquisição do Palacete dos Barbosa Maciel pela autarquia vianense. O espaço reconstitui parte do ambiente do palacete do século 18, com sala de visitas, sala de estar, quarto, capela e sala de jantar, apresentando nos restantes espaços coleções que vão desde o mobiliário indo-português ao mobiliário português, dos séculos XVIII e XIX.
Integra ainda coleções de faianças, como de louça de Viana dos séculos XVIII e XIX, proveniente da fábrica de Darque, em Viana do Castelo, e outras provenientes das olarias de Lisboa e Coimbra ou ainda louça do período pós-pombalino, produzidas nas fábricas do Porto e Vila Nova de Gaia.
Expõe também uma coleção de pintura e desenhos com obras representativas das escolas portuguesas e espanholas dos séculos XVI ao século XIX, de temática religiosa, nomeadamente com trabalhos de Domingos Sequeira, Vieira Lusitano, Vieira Portuense, Carolino Ramos, Pedro Alexandrino, Soares dos Reis, João Glama Strebel, Airylo Wolkmar Machado, Augusto Roquemont, António Alves, Gorge Loukomsky, entre outros.
Em 2002, o então designado Museu Municipal de Viana do Castelo foi certificado pelo Instituto Português de Museus e passou a integrar a Rede Portuguesa de Museus.