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03 Jan 2018

Caminha: PSD condena uso de glifosato na Serra D’Arga mas autarca alega aproveitamento político

Pedro Xavier

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O grupo do PSD de Caminha criticou o uso do herbicida Roundup, que contém o controverso químico glifosato, numa extensa área da Serra D’Arga para […]

O grupo do PSD de Caminha criticou o uso do herbicida Roundup, que contém o controverso químico glifosato, numa extensa área da Serra D’Arga para proceder à eliminação da háquea-espinhosa. Por seu lado, a Câmara de Caminha defende-se afirmando que a decisão não foi do município e que a oposição está a criar uma controvérsia para aproveitamento político.

Na assembleia municipal de Caminha do passado dia 21 de dezembro, o deputado local João Lages, do PSD, levou ao debate a ocorrência do uso de um herbicida que contém glifosato na Serra D’Arga durante o verão. “Temos feito um alerta, no sentido em que não poderíamos concordar com a utilização de herbicida que foi feita daquela forma massiva, irrigando uma área na ordem dos 500 hectares, pelas consequências que daí advêm uma vez que é uma substância extremamente cancerígena”, revelou João Lages em declarações à GEICE.

Nesta terça-feira, vários membros do PSD Caminha deslocaram-se àquela área para conversar com os seus responsáveis da União de Freguesia de Argas assim como dos baldios sobre a ocorrência. O deputado explicou à GEICE que do encontro resultou um “diálogo sobre a aplicação que foi feita de herbicida nas encostas da Serra D’Arga para combate à háquea”.

Condenando o uso deste químico, o grupo PSD Caminha alega que poderia ter sido usado outro meio para proceder à eliminação da Hakea sericea, mais conhecida como háquea-espinhosa, nomeadamente através de meios mecânicos, que consistem na gradagem do terreno para quebra das raízes, alegadamente mais eficaz e não poluente. Segundo João Lages, passados poucos meses “a planta vai regenerar-se” e acha que “certamente aquela área estará outra vez contaminada.

No entanto, Miguel Alves, presidente da Câmara de Caminha, afirmou à GEICE que a decisão veio do Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF), com aval da União Europeia, através da atribuição de fundos comunitários para a realização da operação, sublinhando que o município “apenas acompanhou” o processo a nível de logística.

Segundo o autarca, “aquilo que a Câmara Municipal fez neste contexto foi acompanhar os baldios de São João de Arga numa candidatura que foi por eles elaborada” e que se limitou a uma “candidatura a fundos comunitários, que foi aprovada no contexto da União Europeia, que teve o parecer do ICNF e que, por isso, foi executada”.

“Estamos a falar de um procedimento que ocorreu na Serra D’Arga para limpeza de infestantes, flora exótica que toma conta da Serra D’Arga e que deve ser eliminada de acordo com todas as posições, unânimes, dos ambientalistas”, revelou o autarca. “Não estou a ver que o ICNF, que a Comissão Europeia, aprovem qualquer tipo de atentados ambientais num valor bastante substantivo de cerca de meio milhão de euros, não creio que isso aconteça”, rematou.

O presidente da Câmara de Caminha foi mais longe, afirmando achar “estranho” que “o PSD local se tenha dirigido à Serra D’Arga para serem fotografado com aqueles que são os autores daquilo que dizem ser um ‘crime ambiental’”, referindo-se aos responsáveis dos baldios de São João de Arga e acusou a oposição de utilizá-los para fins políticos. “Penso infelizmente que foi o que aconteceu”, disse Miguel Alves.

O glifosato tem estado no centro de uma polémica ambiental, com a divulgação de um relatório da Organização Mundial da Saúde que concluiu que o químico poderia ser potencialmente cancerígeno. Entretanto, depois de dois adiamentos, a União Europeia acabou por renovar a licença de uso do glifosato por mais 5 anos, apesar de muitos protestos.

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